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Empresários não aparecem para comprar Praça de Esporte; Prefeitura agora vai negociar direto com interessados

14/06/2012 - 19h16m
Lucilene PortoRepórter
Pela segunda vez, em quatro meses, a Prefeitura de Montes Claros não conseguiu vender a Praça de Esportes. A última licitação aconteceu na manhã de ontem, e nenhum empresário apareceu para levar seu envelope. O motivo de os interessados no imóvel não terem aparecido seria o fato de a Praça está sendo alvo de várias ações na justiça local. A última delas foi interposta na terça-feira, 12, com pedido de liminar tentando impedir a venda do terreno. A justificativa da Procuradoria é de que o local não é da prefeitura e sim do Estado de Minas Gerais, desde 1941.

Fotos: Wilson Medeiros
Wilson Silveira avisa que a prefeitura irá negociar diretamente com o comprador

O juiz da 1ª Vara de Fazenda ainda não manifestou sobre a ação e deu um prazo de 48 horas (que vence nesta sexta) para a prefeitura dar explicações sobre a escritura do terreno.
Há ainda informação extra-oficial e reservada de que a prefeitura tem um trunfo. Sabendo do não comparecimento de nenhum licitante, já estaria negociando a venda do imóvel diretamente com empresa forte do ramo do supermercado em outro estado.
A Praça está sendo vendida ao preço mínimo de 29 milhões e 400 mil reais. Estão sendo ofertados 14 mil metros quadrados que ficam nos fundos do imóvel com frente para as avenidas Alfredo Coutinho, Padre Chico e Armênio Veloso. O metro quadrado do terreno está sendo vendido a 2 mil e cem reais. O preço é contestado por alguns proprietários de imóveis. Há quem fale que o valor está bem aquém do mercado, já que a área onde a Praça se encontra está localizada na área mais movimentada e valorizada do centro comercial.

Terreno dos fundos da Praça de Esportes foi colocada à venda desde o final do ano passado

Às 9h, a licitação foi aberta. O presidente da comissão de licitação Wilson José Lopes Silveira indagou se havia alguma empresa que pretendia participar do processo, porém, como não apareceu nenhum interessado, a sessão foi decretada como deserta. Em seguida, foi lida a ata de encerramento. Estavam presentes apenas membros da comissão de licitação, órgãos de imprensa e representantes de movimentos sociais que desaprovam a venda da praça.
A primeira licitação aconteceu no dia 6 de fevereiro e também não teve compradores para o imóvel. Dessa vez, foram vendidos quatro editais para os seguintes pessoas: JL Veloso, Henrique Veloso, Hélcio Costa Pereira e Claudio de Jesus Rodrigues.
O próximo passo da prefeitura, segundo Wilson Silveira, é tentar negociar a praça diretamente com o comprador, sem a realização de licitação. A venda direta deverá obedecer as mesmas normas propostas no edital. "Há mais de 10 anos o município tem propriedade sobre a Praça. Tem escritura. Considero que o município paga todos os tributos e contrata servidores para trabalharem no imóvel que é de fato de sua propriedade. Não há problema alguma em realizar a venda de parte do local que está inutilizado", garante.
Desde que a prefeitura anunciou a venda de parte da Praça de Esportes vários movimentos sociais e ONGs ambientais tem se manifestado contrário. O dinheiro arrecadado com a venda da praça, segundo a prefeitura deverá ser usado na construção do Estádio do Mocão e de um estádio municipal.
Fonte: http://www.onorte.net/noticias.php?id=39019