quinta-feira, 29 de março de 2012

PSOL entra representação contra senador Demóstenes Torres por quebra de decoro


O PSOL protocolou nesta quarta-feira (28/03) representação que pede abertura de processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (DEM/GO), suspeito de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Conforme denúncias, Demóstenes Torres mantém próxima relação com Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob suspeita de chefiar uma quadrilha de jogo ilegal. Entre os favores recebidos, a disponibilidade de um telefone tipo Nextel, o pagamento de R$ 3 mil no aluguel de táxi aéreo e eletrodomésticos importados.
O pedido foi assinado pelo presidente nacional do PSOL, deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP). A representação pede que sejam ouvidas testemunhas, inclusive Carlos Cachoeira, e que a Procuradoria Geral da República remeta informações ao Congresso sobre as investigações da Polícia Federal que levaram à prisão de Cachoeira.
A representação foi entregue à Secretaria Geral da Mesa do Senado, que vai encaminhar o pedido para o presidente em exercício do Conselho de Ética, senador Jayme Campos (DEM/MT). Entretanto, Campos, que é do mesmo partido que Demóstenes, anunciou que irá convocar nova eleição para presidência do Conselho. Caberá ao novo presidente aceitar ou rejeitar o pedido – com possibilidade, em caso de rejeição, de que os demais membros recorram da decisão.
Na representação, o PSOL afirma que Demóstenes tem relação pessoal com Cachoeira porque admitiu ter recebido do empresário um fogão e uma geladeira como presente de casamento, além de ter um celular habilitado por Cachoeira para conversas exclusivas com o parlamentar.
“As denúncias são muito consistentes. Os fatos são graves e precisam de apuração detalhada do Senado Federal, já que a ética parlamentar foi comprometida”, afirmou o deputado Ivan Valente.
“A representação é apenas uma formalidade porque já há elementos da quebra de decoro. Existe o tempo político e o tempo jurídico, uma coisa não interrompe a outra. O Congresso está sendo chamado a se manifestar sobre uma ocorrência grave”, completou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP).
O deputado Ivan Valente informou ainda que se deputados federais forem citados pela Procuradoria Geral da República, a exemplo do que aconteceu com Demóstenes Torres que terá abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal, representações poderão ser apresentadas na Câmara dos Deputados. “Precisamos de provas contundentes”.

Foto: deputado Chico Alencar, líder do PSOL na Câmara; senador Randolfe Rodrigues; secretária da Mesa Diretora, Claudia Lyra; e deputado Ivan Valente.

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